Sinestesia

Se mesmo de manhãzinha o sol estiver forte como o de uma da tarde, ela sobe na tampa do vaso e coloca uma almofada na janelinha do banheiro, pra ficar um pouco escuro, sente que está fazendo o frio de nuvens gordas no céu. O Banho fica mais gostoso, quetinho na pele por menos luz nos olhos.
Calafrio.

Aquele vento de varanda só traz cócegas, ela tem o costume de misturar com risadas, então quando triste, a brisa se encarrega de empurrar para os ouvidos umas boas lembranças, as cócegas de cabelo solto.
Vontade.

E com o assunto de história, ela acende um incenso de canela e estuda, depois, não precisa de cadernos nem de livros, só o cheiro acende tudo que estava guardado, assim como as ondinhas de uma musica desenham um dia inteiro por trás dos olhos.
Arrepio.

Clima de fim de tarde, nostalgia máxima, ela se vê no interior quando criança esperando a hora de os pais chegarem. E arco-íris então, cheiro de chuva.
Saudade.

Doce nos lábios e algodão pro tato, a sensação descrita é única e repetitiva, parece trecho que não sai da cabeça; "mil agulhas finíssimas penetrando ao longo da coluna não me deixam sentir as pernas".

Mais do que mistura de sensações: anestesia


Comentários

Zé Marques disse…
Cara, você escrevem beeem =)

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