Esquenta não, depois piora

14 de novembro de 2006, último dia de aula e eu tinha que fazer alguma coisa pra deixar guardado história.

Tinha esquecido a carteirinha e então, pra passar pelo porteiro resolvi por em prático o vellho e bom Zignáu. Primeiro, pedi pra sair já sabendo que a resposta seria não, a não-autorização daria um ar de anventura maior pra minha fuga. Quebrando o gelo ele olha para os lados e me deixa passar, e o meu plano foi sem/com sucesso (sem pq não foi uma fuga e com porque eu sai), mas tudo bem, tava caindo chuva forte e então, eu ia sim tomar o velho e bom banho de chuva pra chegar na sala enxarcada. Alguns passos, a chuva pára e mais uma vez a bomba da minha rebeldia detonada.

Foi quando eu decidi o extremo e então, filar o velho e bom últim horário. Pela terceira/primeira vez, (terceira aula filada no ano e primeira proposital) subi, peguei minhas coisas e desci louca pelas escadas, não sabia nem pra onde tava indo, mas sabia que tava decidida. Minutos depois, o segundo ano todo fazia o mesmo: não ia ter aula, filminho de fim de ano. Mas que porre! será que não vou ter um teco de liberdade, ora? Ainda olhei se tinha criancinhas correndo ou algum cadarço desamarrado. Nada.

Sentar e olhar pra cima, ver o tempo passar sem ter nada pra pensar e a cabeça fora do lugar. Muito mais do que uma rima, esse é o meu lazer. A euforia e meus hormônios se quietaram pra me fazer ver que o ano tinha acabado, já era segundo ano, já era poder dormir na sala, já era "hoje eu vou sentar no fundo". Já era a época que a gente tinha "liberdade", a partir de agora estamos todos afogados nesse pesadelo que se chamar vestibular.
Já dizia um professor de física, "num gráfico de responsabilidade em funçao do tempo a reta praticamente fica na vertical quando se chega no terceiro ano." eu hein.

E nesse dia de noite eu cheguei a parar durante uma hora de relógio pensando nisso
"é impressão minha ou eu perdi tempo? Talvez. é impressão minha o tempo tá voando? não sei". Sinceramente eu me senti uma velha aposentada lembrando da época do colégio, tinha lembraças nítidas de detalhes, pessoas e acontecimentos que quando mais me pareciam próximos, mais tempo eles tinham, três, quatro anos e uma lágrima.
Bons tempos, tempos passados. E agora?
Só pauleira, espero que minha mente não vire Sol.

uia, mas que aventura. ¬¬ me poupe

Comentários

Anônimo disse…
"Ainda olhei se tinha criancinhas correndo ou algum cadarço desamarrado."

Que horror, Raisa! =O

huhuhuhuhuhuhu


Quanto ao final do texto (sobre o tempo tá passando ráipido e etc.), partilhamos da mesmas sensações (ou elas são bastante parecidas).
Péolla disse…
Ah... é assim né gá??
aiaiaiai... vou ficar + esperta agora... qndo vc pensar em fugir... já vou tah no portão esperando vc sair pra te colocar pra entrar novamente.

Se bem q... acabou né??

Aiai... 3º ano é fogo... n da tempo nem de pensar em fuga, mas vc supera...

O resultado vem depois... "de primeira em medicinaaa" fim do ano!

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