Por qual, porque, por onde.

Um berço. Num berço de grades altas e fortes, não era feito de ferro, era feito de amor.
O menino não sabe se chove lá fora, só ouve, não sente.
Quer saber se tem medo de encarar o mundo, apesar de nem saber se sabe o que é o medo ou o mundo.
Um mundo. Num mundo de buracos fundos e escuros, não era feito de amor, era feito de ferro.

Ele só vê entre as grades, só sabe por alto, ouve falar
sente cheiros e toques com os olhos, tudo por conta de imaginar
sua única ponte não era de cimento, era de pensamento,
de curiosidade aguda.
Apesar de estar num berço, ele não é uma criança, 18 anos e um passaporte pra vida.
E de que era a vida se não de curiosidade e ciência? Ciência de que tudo tem limite, até sua curiosidade infantil tinha limite.

Curiosidade infantil de interesse adulto, ele cresce...
cresce de vontade, de instinto
esperando a hora daquela superproteção de desfazer

Ele sabe pouco, deseja muito
sonha em descifrar de que é feito o caos
a liberdade, o sonho da realidade
berço pequeno, mundo grande.

Para onde vai, menino? Porque quer fugir, por onde vai seguir?
a resposta ele pensa no caminho, pra quando ele voltar
se é que vai voltar.

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