"Para você e o que você gosta: diariamente"

É tanto prédio no caminho, que preciso atravessar a rua e desviar um pouco do caminho pra pegar o Sol por alguns instantes. Naquele trajeto diário de dois minutos e meio, eu tinha o tempo suficiente pra pensar em muitas coisas, mesmo sendo assim no início do dia.

Um passo, dois, naquela curva que eu ia dar, uma nuvem em formato de um "S" gordo, deformado e gigantesco, fez sombra e penumbra sobre mim.
De um susto e sem entender eu sai dela, mas era como ela tivesse me seguindo, querendo me dizer alguma coisa.

Eu não tinha esquinas pra dobrar, tinha centenas de segundos pra perder. E, em pleno dia de semana acontecia coisas que só nos meus sonhos malucos eu costumo vivenciar, ela me saudava.

Inusitada, e solta das outras, parecia um soldado a marchar em busca de algum aviso. Me parecia ser saudável, e sinuosa, ela brincava em saltos minúsculos no ar. Eu sabia que a velocidade não era pouca, mas me sentia mais rápida, a pisar ora dentro, ora fora daquela sombra solitária.

Estranha como ela só, trazia o saldo de quem quer ser simples. Traduzindo o que meu peito dizia, e eu ainda sem perceber. Ela não queria chamar minha atenção pra si, queria distrair o meu mundo e ao mesmo tempo mostrar que naquela estrada que eu passeava todos os dias, antes de quatro pernas, daquela vez em diante eu estaria só. Parada eu vi:

Uma interrgoação em "s",
e eu, a andar nas ruas dessa cidade.
Não era saúde, saldo, ou saudar
era simplismente: saudade.

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