O que posiciona alguém entre Direita e Esquerda não é a capacidade cognitiva, é intencionalidade
Quando observo os debates feitos em
redes sociais sobre política, eu sempre tento ouvir com atenção os dois lados,
tentar identificar quais são os elementos norteadores dos argumentos (quando em
formato de texto) ou das mensagens contidas em outras modalidades de
comunicação visual (quando em formato de imagens como memes e informativos) ou
auditiva (áudios/falas ou vídeos).
Mesmo sabendo que essa observação é
enviesada por opiniões e ideias prévias pessoais (inerentes ao processo de
formação de identidade cultural e personalidade), e portanto, não tem como ser
neutra, eu resolvi dividir um pensamento que esse momento político brasileiro,
em plena era pós-digital e uma revolução dos recursos de comunicação.
Primeiramente, e para explicar logo o
título, gostaria de relatar que, ao que me parece, as mensagens de cunho “ofensivo-intimidativo”
nos debates sempre partem do pressuposto de quem “não consegue entender o que
eu explico” só pode ser “porque é burro”, e consequentemente atribui a não
compreensão do outro como resultado de limitação cognitiva.
Isso é um equívoco. Considerando a
teoria de múltiplas inteligências do professor Gardner, eu acredito que sim,
que existam indivíduos “de direita” e “de esquerda” extremamente inteligentes, com
habilidades estratégicas independentes, e com alta capacidade cognitiva.
Inclusive, raciocínio tende a fortalecer a ideia equivocada de justificar as
diferenças regionais do Brasil como implicação da diferença de “nível das
pessoas”, do tipo “nordestinos são mais burros que sulistas”, “branco são mais
inteligentes que negros”.
O que faz alguém ser “de direita” ou
“de esquerda” são os valores pessoais que direcionam prioridades entre grupos
sociais. Quem quer “paz coletiva”, quer um equilíbrio dinâmico e natural, como
o movimento osmótico que quem se desloca a favor o gradiente, de modo a não
consumir energia. Quem quer “poder e proteção” segue o raciocínio de que
polarizar é necessário, pois é a energia que se gasta ativamente que faz a seleção
e mantém com esforço a condição favorável de quem esta do lado de dentro indo
contra o gradiente de concentração. Quem confunde fluidez com moleza, quem
confundo disciplina com opressão, é porque não consegue fazer a observa empática
de que existe sim o lado bom de tudo.
No mais, fazendo uma metáfora usando
o modo de funcionar do sistema nervoso central (lembrando que o cérebro humano
é ainda o software/máquina mais complexo do mundo) o sistema “simpático” de
luta e fuga e o sistema “parassimpático” de fluidez e prazer, os dois são
fundamentais para o equilíbrio dinâmico que mantém a homeostase do organismo.
Se o Brasil fosse um corpo, a
Direita fosse SNCS e a Esquerda fosse SNCP, considerando que o objetivo comum
fosse “recuperação do organismo a seu estado de melhor funcionamento”, agora
seria o momento de acionar qual “lado da força”?
Sabendo que eles funcionam num
equilíbrio dinâmico entre forças mantenedoras do todo, o qual lado será necessário
se sobressair em 2018? Independentemente de quem ganhe, saibam que as pessoas raciocinam
de acordo com seus valores pessoais, há gente honesta/bem intencionada e há
gente escrota/maldosa dos dois lados! Quem defende um candidato outro no fundo
esta valorizando o que? A intencionalidade que revela o valor pessoal por trás do posicionamento. Avalie os valores por trás das falas das pessoas sempre que for chamar quem não está de
acordo com você de burro.
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