Lado A x Lado B

O que eu queria mesmo era encontrar aquele ponto em tudo. Aquele, o ponto perfeito, o ponto de equilíbrio, já que tudo tem dois lados, há um ponto em que a balança fica estável, a moeda fica em pé e sem cair. Nem cara nem coroa.

Sem pretender ter filhos, - pelo menos, ainda - eu já parei pra pensar se todo esforço de uma pessoa vale a pena quando põe em vida um ser. Fazer abrir os olhos, caminhar no mundo, aprender.
Carregar nove meses fazendo o possível pra nascer saudável, e depois, praticamente, dedicar a vida inteira a ele, sabendo que do mesmo jeito que um percurso de anos pode ser mudado em segundos, também há atos de segundos que vão nos fazer arrependimento para o resto da vida, um castelo conrrompido por mãos sem alma, uma fábula borrada por um bala perdida que não tinha nada a ver com a história.

Talvez um pequeno que descansava no interior perfeito, não mereça sair e conhecer a desgraça toda que acontece do lado de for; ganancia e guerra, situações horrendas impossíveis de resolver, tudo podre e mesquinho, sentir formar a vergonha de apresentar ao futuro o presente que o passado desequilibrado construiu. Mas, já que nada é perfeito, tudo também não é sem salvação, pra qualquer e todo caso: lado A e lado B.

Porém, manter em formação e acabar não mostrando o nascer e o pôr do sol, a música e o amor desmanchar em vento, seria o pior dos pecados de uma mãe que aborta.

Pra tudo se tem um jeito, e quem sabe, até dois, ou três. Paciência ainda é virtude.

Pessoas sobrevivem em lixões, em competição com outros bixos e mesmo assim não desistem de que um dia tudo poderá mudar, que haverá um jeito. Parar pra reparar que, diante desse mundão nossos problemas são como grãos de mostarda diante de uma montanha, ainda somos crianças brincando de descobrir o que é que há pra viver, pra se permitir viver.

Fulano é chato pra caralho, mas ajuda quando preciso. Beltrano fala demais, mas sabe respeitar.
E assim, o anos vão passando, gerações vão aparecendo, não tem como selecionar e deletar pessoas que a a gente não gosta do mapa, é questão de adaptação, visão do alto, de dentro e de fora. Saber que nem tudo é exatamente como a gente quer.

É como encaixar uma pilha:
lado positivo pra cima e negativo pra baixo, e sempre tem dois lados, sempre, e para todo sempre amém. Só basta saber enxergar e, ao invés de repudiar pelo lado ruim, saber aproveitar de todos os jeitos o lado bom.

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