A sina que o acaso protege.

Quarta-feira.
No jornal da manhã, como sempre passava mais uma tragédia, essa, do outro lado do mundo, fui pro trabalho e saí mais cedo pra esparecer, eu sentado, mal sabia que naquele dia na minha vida tudo ia mudar.

Uma moça, vinte e poucos anos, andando na rua em compasso de pressa, não dava pra percerber pra onde ela estava indo, ou ao menos de onde ela estava vindo, mas aquela pasta segurada de fronte ao peito denunciava que não estava a passeio e sim a trabalho ou estudo.
A expressão é nítida e ao mesmo tempo indecifrável, até me fez lembrar a Monalisa. E em alguns segundos a vontade de observá-la ali, para enfim conseguir desventar o mistério daquele caminhar, se desfez junto ao susto leve que a moça tomou e me fez perder a linha de pensamento.

Uma borboleta, como eu nunca tinha visto antes, apareceu do nada interrompendo a moça, batendo as asas e causando nela alguns passos para trás. Só de olhar, me veio a sensação de incômodo, como a de um fio de cabelo solto no rosto ou uma mosca, a borboleta parecia querer chamar a atenção da moça de qualquer forma, pertubando. Apesar de ter sido muito rápido, deu pra ver a agonia, e mais estranho que do a loucura da borboleta oriunda do nada, foi a reação dela ao ver de que bicho voador se tratava, inseto de cor indescritível, tinha todas as cores do mundo, refletia, parecia ter espelhos, dependendo da posição e movimentos que fazia, todas as cores do mundo, a moça em estátua se fez de olhar fixo no animal que agora parada no ar, encarava, e com o movimento em falso de outro pedrestre que passava perto, ela sumiu.

Quase sem fôlego, aquela que antes tinha um olhar decidido teve-o perdido, me parecia confusa, atordoada, assustada, e assim ela seguiu mais rápido ainda. Fui pra casa atordoado, pensando muito do que tinha visto naquela manhã, de esclarecido que sou, pensei em todas as hipóteses possíveis pra explicar o acontecido, mas nada. Em sites eu busquei fotos daquele bicho e nada. Não dormi direito e no outro dia estava decidido em fazer a única coisa que me restava pra matar a curiosidade, era ir de novo naquele local, naquela hora, pra quem sabe ver a moça apressada passar.

Sentei na mesma mesa, e olhava pro relógio a cada dois minutos.

Já estava quase desistindo e levantei, quando de repente a moça passa, feito um tufão. A mesma pasta encostada no peito segurada com força, e ela seguia, e dessa vez não havia a borboleta pra atrapalhar eu até fiquei meio aliviado, e o mesmo alívio logo se perdeu quando percebi que a moça andava e olhava pra trás, como quem fugia e ao olhar direito eu vi. A borboleta agora voava atrás da moça, costurando as outras pessoas que passavam por aquela calçada, e mesmo assim não desistia em segui-la. Foi quando a moça saiu de vista, eu não pude aguentar e passei a fazer o mesmo da borboleta, segui a moça até onde pude. Vi entrar numa lanchonete e entrei logo depois, mas ela já não estava mais. Mais uma vez em casa atordoado, outra idéia e eu sabia o que fazer.

Terceiro dia, noção pequena da hora e pra onde ela iria, eu tinha que falar com aquela moça. E mais cedo um pouco lá veio ela, eu a devorava com os olhos desde o final da rua pra não deixar escapar, mais perto, ela não olhava pra frente, tentei surpreendê-la, mas a moça afogada em pesamentos de susto ela quase foi ao chão, e aquela pasta que bem firme estava em seus braços caiu. Ajudei a levantar, pedi desculpas e perguntei se estava tudo bem, ela balançou a cabeça em sinal de positivo mal olhando pra mim, abaixei pra devolver a pasta quando pela transparência da pasta azul, deu pra ver perfeitamente o que tinha: um desenho da borboleta estranha, do mesmo jeito, até as milhares cores a moça reproduziu, aquilo mexeu comigo, antes de abrir a boca pra perguntar algo, ela puxou a pasta com força e disse devagar: "não toque nisso".

"O que significa isso?" Essa pergunta latejava.

Era demais, não deixei terminar daquele jeito e segui até a lanchonete que ela entrou. Ela subiu as escadas que dava no primeiro andar, deduzi que era ali onde morava. A gorda do balcão me olhou com cara estranha e mesmo assim eu questionei: "aquela moça... quem é? ela mora aqui?", muito desconfiada ela me respondeu um "sim" de voz grossa. Perguntei o nome e dai me respondeu com grosseria "olhe aqui, se tu for mais um daqueles da faculdade afim da Lisa, é melhor dar o fora, ela não sai com ninguém". Lisa. Esse era o nome.

Quase o nome que eu dei: Mona-Lisa, ignorando a gorda arrogante, eu parti pras escadas e gritei o nome dela batendo numa porta. Por alguns instantes eu parei pra pensar no porque eu estava fazendo aquilo. Era solteiro e não morava com meus pais, então não tinha pra quem dar satisfação, no trabalho sou eu quem mando em tudo, tempo eu posso perder. Eu estava tão envolvido naquilo, tinha alguma coisa que me prendia. De tanto fazer barulho ela gritou de lá de dentro:
-Quem é você? O que você quer comigo?
-Eu não te conheço eu só quero conversar, por favor, não se assuste.
-Se eu não sei nem quem você é, como quer que eu deixe entrar em minha casa?
-tudo bem, você tem razão. Eu vou resolver isso.

Começei a falar de minha vida, quem eu era, de onde eu vim, onde trabalhava, e até o nome dos meus pais, parecia um louco conversando em voz alta com um porta. Do lado de lá, silêncio. Eu mostrava que não tinha más intenções e pedia pra que ela abrisse a porta. Só parei de falar quando ouvi passaos firmes na escada, parecia até um dinossauro invadindo a cidade, mas era apenas a gordona com desaforo: "eu não já disse que é pra tu ir embora?" e me pegou pelo braço, como quem segura um filho teimoso e começou a me arrastar. Eu, que me julgava forte até então, não fui páreo praquela gorila de mil toneladas, restou gritar pra porta: "eu vim por causa da borboleeetaaa! a estranha que te segue, eu vi, Lisa, eu viii!".

Salvo pelo gongo da porta, ela abriu: "ta tudo bem Tereza, pode soltar o moço", e me olhando com a cara mais feia de birra ela me soltou, quase tinha deixado meu braço roxo, e a mão sem sangue corrente. "Nossa! Ela já pensou em lutar sumô?" Falei com um tom de descontração, e ela sorriu, um sorriso singelo de quem não sorria fazia tempo, eu ri também, e meu riso calou com a pergunta sobre a borboleta.
-você disse que viu?
-vi, vi sim, ela é rápida, ontem te seguia e quinta parou na sua frente. Nunca vi uma daquelas, ela parace ter a cor que quiser, incrível.

A medida que eu dizia a moça ficava branca, sem acreditar, me olhava tão assustada, e ao mesmo tempo com ar de mistério, eu falva e ela só ouvia, abrindo mais a porta me deixou entrar. Sem acreditar fiquei eu depois que vi o quarto-sala de Lisa, pelas paredes, em cima da mesa, pra todo canto aquela borboleta, como no papel dentro da pasta, e me vendo ficar surpreendido ela ficou triste e sentou.
-Não quer falar sobre isso?
-desde quando eu nasci, eu não sei o que quer fazer...
-as borboletas?
-não, as visões. Eu criança dizia e mostrava pra minha mãe, ela não via nada e chorava. Depois acabou me internando.
-internando? por causa de borboletas?
-Não! você nao ta entendendo? Só eu vejo, me taxaram de louca. Quer dizer, eu e agora você.
-Ninguém mais vê?
-Não... eu já tentei mostrar, ela parava em minha frente e eu mostrava, mas ninguém a via.
-E por que será que eu vejo?
-Eu nã sei explicar, fiz faculdade de piscanálise, e estudo isso, mas até hoje não tenho resposta
-então vc trabalha nisso?
-também não, até hoje não consegui ficar no emprego, as borboletas me assutam e eu grito, eu já disse que todos me vêem como louca! Tem anos que tento acabar com isso, saber o que isso significa, e nada, e agora você...
Uma pausa imensa e eu metido naquela história estava disposto a ajudar
-Como que você vive?
-Eu ajudo minha tia Tereza na lanchoente, ela foi a única que me quis
-onde você vai todas as manhãs?
-na biblioteca municipal, pra estudar. Ela apontou pra pasta e fez sinal pra ele pegar. Olhe.

Ao abrir a pasta eu retirei os papeis e comecei a ver, era algo de outro mundo. Desenhos perfeitos, pesquisas, teorias, cálculos gigantescos. Eu sentei pra acalmar o maremoto que passava na minha cabeça.
-Com isso tudo e ainda não descobriu nada?
-Por isso eu sou atordoada, acabei voltando toda minha vida pra me livrar disso, essa praga!
-Praga por que? É tão ruim assim?
-isso me persegue e eu não sei pra que, até quando, por qual motivo, nada! Distrui todos os meus planos e sonhos por conta disso! Até nas minhas noites de sono, essa coisa não me deixa em paz, do meio do ano pra cá, veio ficando mais constante. Se eu pudesse ao menos entender...
-já tentou seguir pra saber onde ela quer te levar?
-não adianta, ela fica marcando como se quisesse me fazer ir em algum lugar, e não me mostra qual, no caso eu que tenho que achar...
-eu não tenho palavras... e porque será que eu também vi?
-Daria tudo pra saber.

"Como algo tão simples, como ver uma borboleta pode ser tão estranho?" Essa então, martelava.

A mão na testa, eu busquei todas as coisas que eu podia ter em comum com Lisa, algo que pudesse pelo menos relacionar nossas vidas, uma mera conicidência, queria entender porque eu, porque eu vi só esses três dias, e não vi desde criança como ela. Perdi a hora e nem senti fome, já passava das duas da tarde quando me dei conta do horário. Expliquei que tinha que voltar pra empresa, pra resolver algumas coisas que só eu podia resolver, trabalhava numa agência de turismo, pra viagens, cruzeiros, voltas pelo mundo, etc. Me despedi e marquei com ela.
-na volta da biblioteca, passe no café que fica do lado esquerdo, foi lá que eu vi e vou tá esperando lá.
-já tinha me visto antes?
-não, na quarta foi a primeira vez.
- e foi na quarta que você viu a borboleta?
-Foi.
-e nunca tinha visto antes?
-não.
-é, então é só comigo mesmo...
-bom, eu tenho que ir, e não se esqueça.

E assim eu sai, com a cabeça a mil, sentindo coisas que jamais senti, até com medo eu me vi...
Várias perguntas e todas sem respostas. No trabalho, nada de novidade, alguns projetos de novos lugares pra aceitar ou não, idéias de novos pacotes de viagens, promoções, nada diferente. O que eu queria mesmo era poder ir pra casa, larguei algumas coisas pra fazer de manhã cedo e fui descansar, afinal o dia seguinte prometia bastante.

Cedo, e eu já estava na agência, fazendo tudo mais que correndo pra não peder a hora do café com Lisa, faltando um projeto pendente de aprovação, a secretária entra de supetão informando que o segurança estava lá embaixo barrando uma moça, que queria falar comigo sem hora marcada. Na mesma hora perguntei se o nome da moça era Lisa, e foi a secretária dizer que sim, que eu logo dei permissão pra ela entrar. Lisa entrou como um furacão, uma cara de desespero e a respiração ofegante.
-Lisa, o que foi que aconteceu?
-eu, eu.. elas, eu tive um pesadelo, o pior dos que já tive, você tava, e, e... a gente vai morrer.

E assim ela desabou a chorar, pedi pra que ficasse calma, bebesse água, sentasse pra poder contar o tal sonho com mais detalhes. Então ela começou: "a gente descobriu o lugar, eu e você, não foi a primeira vez que sonhei com aquele lugar mas ontem dava pra ver perfeitamente como era, cada centímetro de terra, eu consigo lembrar como se tivesse ido lá várias vezes, e não foi alguém que nos levou até lá, fomos nós que chegamos, tava vazio, tinha um abismo! um abismo! e, e... Depois eu não sei direito o que aconteceu, eu não me lembro, mas eu não via nada, tava escuro, eu gritava seu nome, sentia dores, e gritava, você não aparecia, eu repetia a frase "não podia acontecer, não podia aconter isso com você". Eu acordei com uma sensação horrível no peito, sentia que eu tinha que te ver e te falar pra se afastar de mim, por favor! Já basta a minha vida virar de ponta a cabeça!"

Ela se levantou e veio até mim, que estava escorado na minha mesa de braços cruzados, ela pulou no meu pescoço e me abraçou forte dizendo pra esquecer tudo e deixá-la resolver aquilo sozinha. Num abraço abertado passei a mão na cabeça dela, era tudo muito estranho e eu ainda não sabia direito o que falar. Antes que eu pudesse abrir a boca pra dizer qualquer coisa, ela se afasta com um grito estrondante e aponta pra minha mesa, mais precisamente pra um folder de um lugar o qual eu estava analisando em agregar nas ofertas da empresa. "ai meu Deus, não, não poder ser!!" E puft. Caiu no chão dura, eu pensei que ela tinha morrido, depois vi que foi só um desmaio. Aquilo tudo aconteceu em poucos segundos, e me trouxe uma dúvidade horas, até que ela acordasse.

Mesmo não querendo que eu me envolvesse, Lisa já tinha trazido pra minha vida algo que se eu não desvendasse, eu revirar no túmulo de angústia, quando ela acordou eu já estava na porta com a bolsa dela na mão e ao invés de deixar ela partir, fui até o carro e segui até o café. Tava quase no horário eu sabia que a danada ia aparecer. No caminho, Lisa falava muito tentando me fazer desistir, eu até senti dor de cabeça mas não estava prestando atenção no que ela dizia, só pensava em responder todas as perguntas que eu me fazia.

Sentamos e mal esperamos e lá ela estava, no meio da rua, voando parada como fazem os beija-flores, e veio em nossa direção, "essa não, agora que faltava" de um resmungo eu perguntei o que tinha acontecido.
-você não tavendo? agora tem duas!
-não, eu só consigo ver uma
-olhe direito, elas estão próximas, não é possível que não esteja vendo.
-eu só vejo uma, igual daqueles dias.
-e antes eu só via uma também... Porque será?
-pronto, mais uma.
-borboleta?
-não, mais pergunta pra responder.

Ela já estava sobrevoando a minha mesa, ou elas, como dizia Lisa, e a que eu estava vendo, voôu em direção ao meu bolso e batendo as asas insistentemente me fez ter a certeza de uma coisa que podia resolver tudo naquela manhã, puxei o braço de Lisa e disse: "vem comigo, eu te explico no caminho". No carro, fui saindo da cidade, e Lisa me enchia de perguntas, pra responder eu tirei o folder do bolso e mostrei: "nós vamos lá, e vamos descobrir, nem que eu saia de lá morto".

Tentou do jeito que pôde me impedir, quase causando um acidente quando grudou no volante, berrava e dizia que ia se jogar se eu não parasse. O lugar eu não sabia onde era exatamente, mas sabia que era perto de uma cidadezinha onde eu tinha ido pra passar o São João anos atrás, em menos de duas horas eu ia achar àquele lugar. Na segunda vez que Lisa pegou no volante o carro quase saía completamente da pista, eu tive que parar com conversar sério com ela:
-Olhe aqui, os meus pais moram longe e só querem saber do meu dinheiro, não tenho esposa nem filhos, a única coisa que me prende a esse mundo é o meu trabalho, e esse já me encheu tanto o saco que já quis largar. Da minha infância só restou sonhos e lembranças, e até hoje não consegui realizar nenhum desejo e nunca vou. Eu não tenho nada a perder, quero acabar logo com isso, pra não parecer um louco com medo de borboletas o resto dessa vida!

A sensação do paraíso em minha volta, foi olhar pra ela e não ouvir sequer uma palavra. Silêncio, era a coisa que eu mais queria e tive. Lisa ficou calada e eu respirava fundo e devagar, pensando. Duas horas que eu pensei, demorou o dobro, com fome, a gente parou num vilarejo pra comer alguma coisa e depois partimos pra estrada. A cada entrada que eu tinha que escolher, a borboleta aparecia, quando era a errada, e eu seguia outra. Enfim, achamos o lugar.

Do jeito que tava no folheto, do jeito que Lisa tinha visto, um passo que eu dava a procurar o penhasco, eu via Lisa ficar mais amarela de medo.

Foi encostando na beira do abismo e chamei Lisa pra perto. A paisagem era linda demais pra poucos conhecerem aquele lugar, muito alto, poucas árvores, um ar fresco e o Sol indo embora, deixou o céu laranja, de repente uma borboleta. Lisa do me lado, duas, a gente até achou engraçado e sorriu, três, quatro, parecia fazer graça, um circo. Ela segura na minha mão e eu percebi o quanto estava suada, cinco, seis, elas ficavam em volta da gente como se estivessem a bailar. Um barulho, baixo e estranho, me fez querer olhar pra baixo, um passo pra frente e Lisa foi olhar comigo.

O barulho foi se aproxinando e como fogos de artifícios explodindo, milhões, bilhões, trilhões borboletas iguais àquelas, voando em bandos e em coreografia, vieram pelos lados depois se juntaram ao meio, eram tantas que não dava pra ver a cor do céu numa brecha dentre elas, pareciam peixes pequenos que nadam em conjunto para nao serem devorados, quantas cores, envolveram-nos em um muro em movimento, asas batento faziam barulho, mas era tão sincronizado que mais parecia música, muito vento, as mil cores reluziam e mudavam a todo instante, meus olhos mal piscavam, e meus dedos durmentes de tanto que Lisa apertava.

Foi rápido, porém tão inusitado que pareceu uma eternidade, e de repente eu não sentia mais nada, meus pés pariciam não tocar no chão, Lisa não mais segurava minha mão, eu não ouvia nada, só via as asas se juntarem de tal maneira que dava pra entender e ver tudo que elas queriam me dizer, elas foramaram uma tela e nela todas as resposta que um dia eu quis saber, resoluções, soluções, dúvidas decifradas, endereços antes apagados, desejos antes esquecidos, pessoas antes desaparecidas, e Lisa, a imagem dela era a maior de todas, as palavras e imagens apareciam cada vez mais rápido, tudo agora rodava, rodava, o vento mais forte, mais forte, e de um tombo eu fui ao chão.

E no chão eu acordei, tinha caído da cama, a dor de cabeça era o peso de uma bigorna a me esmagar, eu não conseguia saber direito o que tinha acontecido, a tv ligada e uma notícia, uma tragédia, essa, do outro lado do mundo, no calendário a data: quarta-feira. Quase cai pra trás e coloquei a primeira roupa que vi, corri pra lanchonete da Tereza pra encontrar a Lisa, chegando lá ela me disse que não tinha Lisa nenhuma morando em cima, e a única Lisa que conhecia era um sobrinha que tinha morrido a muito tempo num penhasco. Morta. Desse mesmo jeito eu me senti, sai de lá quase cambaleando e do outro lado da rua, Lisa, passa um ônibus e ela some, do outro lado da rua: aquela borboleta.


Um bater de asas de uma borboleta em um lugar do mundo, pode ser forte o suficiente ao ponto de causar, do outro lado do mundo, um tufão.
A Teoria do Caos explica a interação de inúmeros elementos de forma aleatória e imprevisível.

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