Diálogos de são joão

No pé do oratório:


-Vála-me Santo antônio, eu rezo e só me vem assombração!
-Ave, que também não tá assim!
-Xiu! Óia seu santo, eu quero um noivo prendando, com posses, e que fale bem e que..
-E tem que ser bonito não?
-É... se vier bonito é brinde, eu tô é doida pra casar. Amém.
Depois de beijar os pés do santo e deixar uma vela de sete dias, as tias vão descendo as escadinhas. Passa um carro e com uma buzinada o dono põe a cabeça pro lado de fora.
-Óia! Esse santo ta numa eficiência!

No balnaço da sanfona:

A menina bonitinha se distraia olhando a banda tocar e no passo de dois-pra-lá e dois-pra-cá. Na festa cheia e com pouco espaço, um rapaz animado, andando de lado e com um copo na mão, pára de fronte, põe a mão no ombro dela, e olha curioso.
-Olhe, eu não quero dançar não
-anh?
-eu não quero dançar!
-oxi, eu não quero dançar não, eu quero é passar!
desvia da moça dando um leve empurrão. Boa saída.



No frio do estacionamento:


Todos entram no carro depois de sair da festa. Num silêncio, o unico barulho era o de zumbido pós-festa que fica lá no fundo ouvido. depois um começa:
-ai..
-que foi?
-meu pés...
-ai minha coluna! Hahaha.
outro diz:
-ai meu ouvido, isso sim.
-haha.
-vai fulana, reclama de alguma coisa você também!
-ai minha língua!

Na manhã da volta:

-Ei, tu não sabe
-Han
-Eu paquerando o moço da papelaria.
-E é?
-É. todo dia eu pergunto quanto que é a caneta.
-Hahaha. E o que ele diz?
-um real!