Definitivamente - Parte II

O mesmo casal está a conversar sentado a uma mesa. Um de frente para o outro, bem como no outro conto. Dessa vez era de tardezinha, o lugar era outro, mas as disposições eram as mesmas. Trocam mais alguns comentários e eis que surge o pedido. Duas tortas, doces.

A conversa perde um pouco o ritmo, afinal, de boca cheia não. A torta estava mais doce que a conversa, cabe à ela esperar e à torta ser degustada muito devagar. Garfos bem equilibrados, queixos ainda impecáveis e quando se aproxima do meio da torta, sabe-se que é a hora de trocar experiências. Não é a toa que casais escolhem tortas de sabores diferentes. Trocam-se os pratos, não trocam-se os garfos e depois eles voltam aos seus donos.

Dessa vez não houve penas, o ambiente era fechado, mas nada que atrapalhasse o romantismo dela. Separou um pedaço que contivesse todas as camadas da torta e bem estrategicamente apontou o garfo na direção dele. Tome esse padaço. Simultaneamente ao movimento do rapaz de não o deixar cair ela diz, se dessa vez estiver melhor foi porque eu comi no mesmo garfo logo antes de te oferecer. Ele mastigou sorrindo. Ela ficou sem entender porque disse aquilo.

Eis que os manejos do moço denunciam que ele pretende garantir reciprocidade. Dispõe um pedaço de torta e repete o gesto. Ela ficou feliz com a dinâmica estabelecida e foi ao encontro do garfo, quiçá tentando adivinhar qual seria a deixa dele. E então ele conclui: se dessa vez estiver pior é porque eu estou gripado, garganta inflamada...

Comentários

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Os finais são sempre surpreendentes!
hihi

Quando foi isso?

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